Patrícia Pereira Coutinho é diretora da Lince Real Estate. Nesta entrevista, que faz parte da nossa nova série ‘Especialistas do Mercado Imobiliário’, fala da parceria entre a Lince Real Estate e Savills que já conta com um ano, e partilha ainda a sua sabedoria enquanto uma das figuras proeminentes do mercado imobiliário português.
O que podemos esperar do mercado imobiliário para 2019?
Vários estudos apontam para uma desaceleração da subida de preços para 2019 face a 2018. Acredito que o mercado vai continuar forte e os preços estão a começar a corrigir. Para além disso as pessoas estão mais ponderadas na compra. Já não vemos tanto a “compra por impulso”.
Como tem corrido a parceria entre a Lince Real Estate e Savills? Quais são os planos para 2019?
A associação à Savills tem corrido muito bem. A identificação de valores comuns, como o espírito empreendedor e os mais altos padrões de atendimento ao cliente, geraram uma identificação entre as empresas, permitindo partilhar e cruzar objetivos com a procura dos nossos clientes. A Savills oferece uma ampla gama de serviços especializados de assessoria, gestão e transações a nível global e temos bastante a aprender nesse sentido.
Neste momento, e após a compra da Aguirre Newman a nível Ibérico, a Savills já tem uma presença em Portugal trabalhando a área de Retalho e Investimento. Nós, Lince, continuamos a ser os olhos da Savills para o mercado residencial de Lisboa.
Para 2019 o nosso objetivo é continuar a gerar vantagens competitivas que ajudem a sobressair num mercado cada mais vez competitivo e fortalecer as relações com os vários associados Savills, para a área residencial, no mundo inteiro.
Lisboa foi recentemente escolhida como o melhor local para investir na Europa – a seu ver o que tem Lisboa que a torna tão apelativa?
Lisboa é uma cidade espetacular e isso não passa despercebido aos estrangeiros.
Tem para oferecer, durante o ano inteiro, muitas vantagens face a outras capitais europeias, nomeadamente, uma qualidade de vida incrível, sol durante a maior parte do ano, está perto de algumas das melhores praias do mundo e dos melhores campos de Golf, tem uma gastronomia inigualável e é uma das cidades mais seguras do mundo.
O custo de vida, para um estrangeiro, é muito baixo e, para além disso, os lisboetas são um povo simpático, respeitador e acolhedor que faz com que qualquer estrangeiro se sinta em casa.
O mundo descobriu Lisboa, não só pelas vantagens que tem para oferecer enquanto cidade mas também pelo facto de existir benefícios fiscais concedidos aos residentes não habituais, fazendo com que este destino seja dos mais aliciantes para os investidores estrangeiros.
Como terá o mercado imobiliário de se adaptar à Proptech?
As Proptech são o futuro do mercado imobiliário. Vão permitir abordagens diferentes no sector mas no nosso entender não irão substituir tão cedo o mercado tradicional de mediação imobiliária.
As Proptech vão obrigar a que as agências se tenham de reinventar e apostar fortemente na tecnologia, seja na forma como apresentam as casas, seja na forma como é feita a marcação de visitas nos imóveis, seja nos relatórios de gestão que são entregues aos proprietários, entre outros.
A qualidade do serviço vai ser cada vez mais importante. Encontrar um meio para que as transações sejam feitas de um modo mais rápido e eficiente mantendo ou melhorando sempre a qualidade do serviço, é fundamental.
Como tem sido a sua experiência com a CASAFARI até agora?
A experiência com a CASAFARI tem sido óptima. É uma ferramenta muito útil com um potencial grande. Se conseguir afinar as pesquisas com a informação que já dispõe será ainda mais útil.
Quais são as outras ferramentas tecnológicas que utiliza enquanto profissional do mercado imobiliário?
Quanto a outras ferramentas uso várias, desde aplicações de Real Estate, ao nosso próprio backoffice, a ferramentas de estatísticas e a sites de pesquisa generalistas.
De qualquer forma, acho que, em termos de aplicações e ferramentas de Real Estate em Portugal, a oferta está muito aquém das expectativas. Ainda tem que evoluir bastante.
Tem dicas para ‘sucesso garantido’ no mercado imobiliário?
Acredito que, num sector ainda muito pouco organizado, mesmo em termos de legislação, o sucesso passa, não só pela capacidade de reinvenção a nível tecnológico mas também pela forma como tratamos e acompanhamos os clientes, sejam eles clientes vendedores ou clientes compradores.
Conte-nos a dica-chave para vender um imóvel no Inverno.
Curiosamente, é no Inverno que vendemos mais imóveis. Uma boa casa, a preço, vende em qualquer altura do ano. Já vendi imóveis cuja primeira visita foi naqueles dias cinzentos e chuvosos. Costumo dizer que, se num dia daqueles a casa é gira, então em todos os outros dias do ano o imóvel é um sonho.
Tem um conselho para partilhar com novos agentes?
Sim, que sejam organizados, que qualifiquem muito bem os clientes, que “saiam fora da caixa” e que mantenham sempre a ética. Bom senso, respeito e perseverança acima de tudo.
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