Pedro Fonseca, diretor da RE/MAX Latina, conta com quase vinte anos de experiência à frente da organização. Nesta entrevista com a CASAFARI, divulgou a sua perspetiva acerca do mercado imobiliário, de Proptech, Lisboa e como ser o agente imobiliário ideal.
Foi nomeado ‘Game Changer’ na 9ª Convenção Europeia da RE/MAX no ano passado.
É assim que caracteriza a sua trajetória profissional na RE/MAX e, foi esse papel que no início pretendeu desempenhar?
Bom dia, obrigado por este momento e pela oportunidade de estar aqui a falar com vocês, com a CASAFARI, que é um projeto espetacular e apaixonante e relembrando o projecto da RE/MAX que tive o privilégio de iniciar vai fazer 19 anos, que deu origem a esta nomeação (que foi uma honra).
Não me vejo como gamechanger, vejo-me como uma pessoa que tenta fazer o seu melhor todos os dias, e acredito que está ao alcance de todos, com consistência, com tempo, se fizermos o nosso trabalho, o nosso papel, com integridade, com serviço, com foco no cliente, ao longo do tempo podemos na verdade todos ser gamechangers no trabalho, no sector, nas tecnologias, na RE/MAX, na mediação, na cidade, ou até, quem sabe, no país.
Há dicas para ‘sucesso garantido’ no mercado imobiliário?
A primeira dica que posso dar, e se calhar a única, implica definir o que é o sucesso. A palavra sucesso varia muito de pessoa para pessoa, o sucesso é um resultado, então tenho que definir qual o resultado que pretendo atingir e, se esse resultado o definir como sucesso, então está ao alcance de toda a gente, porque tudo aquilo que nós fazemos ou não fazemos, produz um determinado resultado.
Então, aquela dica que posso dar, é definir bem o que quero, que tipo de resultado quero, definir o que é sucesso e depois ir atrás, concentrar-me nisso, focar-me nisso, sonhar com isso, ter ajuda, formar uma equipa, e lutar todos os dias pelos meus sonhos e crenças, quais são os meus valores, e usar isso ao serviço dos outros.
O que podemos esperar do mercado imobiliário português para 2019?
A experiência diz-me que os próximos anos serão muito otimistas. Posso antever, talvez, em Lisboa e no Porto, alguma desaceleração: o mercado imobiliário vai continuar a crescer e a ser um mercado apetecível para fazer bons investimentos, mas não vai apresentar uma curva tão ascendente como teve nos últimos anos.
Eu acredito que essa desaceleração vai libertar alguma quota do mercado, na medida em que alguns dos “players” irão sair do mercado, libertando mais quota para todos aqueles que levam esta profissão de forma profissional, empenhada, com boas ferramentas, com bons parceiros, e ao serviço do cliente.
Lisboa foi recentemente escolhida como o melhor local para investir na Europa – a seu ver o que tem Lisboa que a torna tão apelativa?
Eu sou lisboeta, e isso faz com que Lisboa seja para mim, uma cidade muito especial, por vários motivos. Um deles é, sem dúvida, a segurança; em Portugal nós temos uma sensação de segurança bastante alta devido, entre outras coisas, ao baixo nível de criminalidade, especialmente quando comparado com outras capitais europeias.
Isso tem a ver não só com a legislação e com a justiça, mas com a cultura portuguesa. É uma forma de estar muito pacífica, amistosa, negociadora, mediadora e não de conflito, o que facilita a integração das pessoas, independentemente de que parte do globo são originalmente.
Em segundo lugar, o clima é espetacular e ajuda na sensação de bem-estar e conforto para as pessoas se instalarem definitivamente.
Há mais um fator que não posso pôr de lado: a comida. É uma tradição social, o sentar-se à mesa, desfrutar da comida, o convívio ao ar livre nas esplanadas, etc. Juntamos a isto o custo de vida, que é muito acessível.
Em resumo a tradição, a história, a segurança, o sol e a comida fazem os ingredientes de uma cidade de sucesso.
Como tem sido a sua experiência com a CASAFARI até agora?
Conheci a CASAFARI numa altura em que eu próprio andava há cerca de dois anos à procura de uma ferramenta como esta. Cheguei a pensar que o problema era eu, que estava a sonhar com coisas que não existiam ou que não eram viáveis, pois encontrei muitas barreiras, quer em termos jurídicos, quer tecnológicos.
Quando vi a CASAFARI pela primeira vez soube logo que afinal não era um sonho, devo ser muito possivelmente o cliente mais fácil que tiveram, porque era aquilo que eu queria. Nós pusemos a organização inteira [a RE/MAX Latina] a usar a ferramenta e queremos usar ainda mais.
A CASAFARI é uma ferramenta que vem melhorar imenso a qualidade de serviço e a qualidade de informação. Como profissional de mediação, constato que muitas vezes a informação que está disponível no mercado imobiliário é vergonhosa, porque é duplicada, e um dos pontos fortes da ferramenta é ajudar o agente a estar permanentemente atualizado com a informação correta, ordenada de uma forma simples e de fácil acesso.
Penso que a Casafari está de parabéns, não só pela qualidade do serviço mas também pela proximidade, pela sua recente instalação em Portugal. Quando estamos em fase de angariação do imóvel, é importante poder facultar ao cliente proprietário toda a informação disponível no mercado e ajudá-lo a tomar uma boa decisão.
Para um comprador, vai-nos ajudar também a encontrar a melhor opção disponível no mercado imobiliário, ou o melhor preço disponível e evitarmos que ele cometa erros, às vezes graves, que o cliente pode cometer se não estiver bem aconselhado no processo.
Como terá o mercado imobiliário de se adaptar à Proptech?
A tecnologia só existe para estar ao serviço das pessoas. Os profissionais imobiliários têm de estar super-atentos a tudo que é novidade, tudo que são ferramentas que nos possam ajudar a servir melhor o mercado e a servir melhor o cliente.
De alguma forma, e esse é um dos pontos mais fortes da Casafari, a forma como “limpa” a informação, colocando-a de forma apropriada ao serviço dos profissionais e clientes, sejam proprietários ou compradores. Todos os dias surgem moedas virtuais e novas ferramentas de tecnologia que nos aproximam mais do cliente.
A tecnologia fornecida pela CASAFARI tem a capacidade de rapidamente nos facultar informação sem nunca realmente substituir o contato humano, a parte emocional que dá segurança a uma pessoa numa tomada de decisão, uma família ou um investidor.
No entanto, sem dúvida que a Proptech faz parte do presente e fará parte do futuro.
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